sábado, 25 de junho de 2011

Uma noite...e apenas musica..

Entrei no bar e lá estava ele, sereno e distante, apaixonante e misterioso. O seu olhar percorria-me o corpo como se me despisse. Aproximei-me. Ele continuou a olhar e agora conseguia ver o fogo naqueles olhos de uma cor tão intensa. A musica estava alta e cada vibração do seu som entrava no meu corpo como um espasmo. Ele poisou a bebida e tirou-me a madeixa de cabelo que me tapava os olhos. Por segundos pareceu um adolescente apaixonado admirando a sua musa. Deixou cair a mão percorrendo o meu braço até chegar à minha mão. Foi aproximando a cara até que parou a poucos milímetros da minha, sentia a sua respiração e o cheiro que dele emanava era forte e explosivo, despertando em mim uma sensação que nunca antes tinha tido. O seu nariz roçou na minha face e os seus lábios percorreram o meu pescoço. Automaticamente a minha mão travou o seu corpo, estabelecendo um limite entre nós. Ele olhou para mim e eu sorri-lhe, num jogo de sedução, e comecei a caminhar para trás. Ele agarrou-me no braço e olhou-me, olhei-o também e ele largou-me. No meio da multidão ia caminhando e dançando. Abordada por uns quantos homens, ignorei-os e continuei o meu caminho. Olhei para trás, ele seguia-me...acabava de entrar num jogo que não sabia no que iria dar. Continuei a andar até chegar ao fim: uma parede dourada, que se deparava perante mim impedindo o meu avanço. Em segundos já ele me tinha alcançado. Virada de costas para ele, vi a sua mão encostada à parede e senti a sua respiração ofegante no meu ouvido. A sua outra mão que estava livre agarrou-me na cintura e, num movimento tão rápido que nem eu me apercebi, virou-me de maneira a ficar de frente para ele. O meu braço estendeu-se novamente, mas desta vez ele agarrou-o e aproximou-se ainda mais. Agora os nossos corpos tocavam-se e eu conseguia sentir o seu ritmo cardíaco. A sua boca percorreu o meu pescoço até chegar aos meu lábios, beijando-os de uma forma única, apaixonante e cuidadosa, exasperante e gentil, explosiva e calma. E em seguida sussurrou-me algo ao ouvido: 'Como te chamas?'. Afastei a minha cara da dele e olhei-o nos olhos. Aproximei-me dele, dei-lhe um suave e subtil beijo, e sussurrei-lhe ao ouvido: 'Em breve saberás', e afastei-me. Ele segui-me com os olhos e voltou a seguir-me, mas em rápidos segundos já eu tinha desaparecido no meio da multidão.    

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Estrelas, o que são afinal elas?


Na minha opinião, as estrelas não são apenas grandes bolas de ar quente que se incendeiam a uma distância de milhões de anos luz de nós, são grandes companheiras à noite para alguém que tem em que pensar e não sabe como o fazer. Acabam por ser melhor companhia do que um alguém...põem-nos a pensar, 'obrigam-nos' a falar connosco próprios, mas deixam-nos sozinhos, algo que precisamos, estando sempre a nosso lado. De facto é algo contraditório, mas é apenas um ponto de vista.. As estrelas iluminam a noite, a escuridão, e por isso, acabam por nos iluminar também, guiando o nosso pensamento e abrindo-nos caminhos, libertando-nos a mente, ou às vezes, proporcionando-nos apenas um momento de prazer. Para mim, as estrelas são como melhores amigas, que me ajudam bastante nos momentos maus, e que sei que irão estar sempre lá.
Porque não experimentam falar com elas? Talvez percebam o que digo, ou talvez não, mas não custa tentar..afinal, a nossa história passa pela experiência de tudo o que conseguirmos ter...porque não?

Vai caminhando, volta voando (:

Em cada momento que passo contigo o meu coração reconforta-se cada vez mais, em cada olhar a minha alma renasce e em cada sorriso a minha vida tem mais sentido. 
Parece impossível, mas quantos mais momentos temos mais eu sinto a tua falta, mais eu me agarro a ti com todas as forças para que não me deixes, mais eu acredito que estas são aquelas saudades impossíveis de matar, pois quanto mais nos esforçamos para que elas desapareçam, mais elas nos invadem o coração.
Sinto-me como se estivesse a viver os últimos meses da minha vida, a esforçar-me para ser o mais feliz possível neste tempo que me resta, a aproveitar ao máximo e a tirar proveito de tudo o que possa. Mas a verdade é que por muito que nos preparemos não há preparação possível
Em cada palavra tua existe um som de despedida, em cada olhar teu existe uma força apaixonante, em cada movimento e gesto teu sigo um rasto de saudade. Esforço-me para me relembrar do teu cheiro, aquele aroma que te anuncia sempre que te abraço, esforço-me por relembrar na minha mente todas as tuas palavras, ou apenas o som da tua voz a sussurrar-me ao ouvido um 'amo-te', um 'gosto muito de ti', um 'estúpida', em sonhos vejo a tua mão entrelaçada na minha, ou sinto o teu nariz a dar marradinhas na minha mão...e aí percebo que estou apenas a guardar todas as recordações que possa, para que nunca me esqueça de ti... preparo-me para uma despedida que deveria ser um 'até já' mas que ambas sabemos que provavelmente não será. 
Das vezes em que adormeces ao meu colo ou apenas a meu lado, os meus olhos não resistem a admirar-te, na minha mente apenas ouço duas palavras: 'fica comigo', e não resisto a afagar-te o cabelo, a dar-te a mão, a dar-te um beijinho, a continuar a pedir-te que não me deixes, a chorar e a morrer por dentro...naqueles momentos somos só tu e eu, mais nada nem ninguém existe e o tempo pára, pelo menos na minha mente, com o objectivo de aumentar o tempo que nos resta.
Todas as noites me empoleiro à janela e peço às estrelas que não te levem, que te deixem comigo, e em cada uma delas vejo um sorriso teu, uma expressão tua, em todas elas vejo os teus olhinhos a brilharem quando prometemos algo uma à outra, em todas elas eu vejo a tua reacção quando ficas sem palavras, em todas elas oiço o teu silêncio e todas elas me garantem que nada disto é o fim, mas apenas uma fase.
Mas de dia, de dia tu NÃO és UMA estrela, tu és A estrela, aquela maior que o próprio sol que ilumina toda a minha vida, és o meu pozinho mágico que me faz voar e sonhar, que me faz nos maus momentos ir mais além, percorrer mundos sem fim, voar em céus infinitos, correr em terras inacabáveis e navegar em mares distantes.
Não quero que vás, sei que tens de ir, não posso fazer nada, AMO-TE.
Contigo encontrei o verdadeiro significado de amizade, compreendi o que significava o amor, 'aquela palavra que tanta gente dá em troca de quase nada', porque o meu nada és tu, o meu nada é o meu tudo, o tudo que me da força para continuar a lutar, porque tu és TUDO na minha vida e és tu quem lhe dás significado, porque tu és parte de mim e eu nunca desistirei de ti, e sei que vamos ultrapassar isto, não, eu tenho a certeza que vamos VENCER isto, e no fim, estaremos mais fortes do que nunca, porque aquele X no teu coração é o símbolo disso tudo.
Vai caminhando, volta voando e eu estarei cá para te receber. Apoio-te em tudo, não te deixo em nada, porque 'no matter what' eu estarei a teu lado
Não te arrependas, vai e trata de ser feliz, estarás sempre no meu coração assim como eu no teu, eu sei que sim.
AMO-TE PARA SEMPRE!

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Sempre, sempre? Sim, sempre!

O dia resplandecia alegria e em todos os raios de luz que iluminava a sua cara, Diana sentia uma réstia de esperança a emanar-lhe a alma. Era segunda-feira e, como primeiro dia de semana, apenas esperava que a ultima aula de filosofia chegasse e anunciasse o fim do dia, para poder ir assim para casa descansar.  

Pronta para ir para casa, levou antes a sua melhor amiga Carol e a sua amiga Anita à paragem de autocarro e à estação.

Diana sentia-se agora intrigada. Na noite passada, Carol tinha-lhe mandado uma mensagem a dizer que precisava de falar com ela cara-a-cara. Parecia importante, e com todos aqueles 'por favor, não te esqueças que te amo', 'és a minha melhor amiga', 'nunca te deixarei', Diana desconfiava que algo não estava bem. De alguma forma aquilo parecia uma despedida, mas tentava que esses pensamentos não vagueassem pela sua cabeça, não conseguia pensar em tal coisa.

Mas no momento em que, já depois de ter apanhado o autocarro, Carol saiu e veio ter com Diana, é que ela percebeu que algo de grave se passava. Carol agarrou-se a Diana como nunca, abraçou-a e começou a chorar. Chorava no seu ombro compulsivamente enquanto tentava falar sem êxito. Diana apenas permanecia quieta a  abraça-la, sem saber o que fazer, sem qualquer reacção, dizendo apenas 'tem calma, vai tudo correr bem'.

Passaram minutos e Carol parou de chorar, sentaram-se num banco e Carol pediu desculpa a Diana...só pedia desculpas, e enquanto o fazia, lágrimas e lágrimas escorriam-lhe pela face.

'Vou para Itália'

As palavras que saíram da boca de Carol, embateram em Diana, de tal forma, que por momentos esta parou de respirar...naquele momento o mundo parou, parou por completo. Diana sentia-se sozinha no mundo, sentia que estava a ser abandonada, que estava a ser deixada para trás. Mil e uma reacções passaram-lhe pela cabeça, desde sair dali a correr, a chorar e a abraçar a sua melhor amiga; mil e um sentimentos passaram-lhe pelo coração, desde tristeza e abandono, a gratidão e felicidade por Carol estar com ela naquele momento e não com outra pessoa; mas apenas uma expressão se mantinha na sua cara: a de um pleno choque.

Enquanto via Carol a chorar e ouvia o que se havia passado para os pais terem tomado essa decisão, Diana pensava na sua vida.

Em tão pouco tempo aquela rapariga tinha-se tornado tão importante para ela, em tão poucos meses o carinho, as palavras, os momentos, os olhares, as expressões, os sentimentos, os gestos e tudo o resto que por elas havia sido partilhado era maior do que tudo o resto que tinha tido com qualquer outro dos seus amigos de longa data. Diana sentia-se perdida, completamente perdida, assustada, sozinha, triste, desesperada...não sabia o que fazer...o que iria fazer sem a sua melhor amiga? Agora que tinha encontrado alguém tão especial não podia deixá-la ir! Não era justo, nada daquilo era justo, porque haveria de estar a acontecer aquilo? E foi então que o seu pensamento foi interrompido por algumas palavras: 'Daqui a 2 meses', 'durante 5 anos'. Foi aí que Diana sentiu o mundo a desabar em cima dela, sim, não desabava sob ela, desabava sobre ela!

Em apenas alguns segundos saiu do seu estado de choque: queria chorar, queria fugir, queria gritar, queria nunca ter de passar por aquilo, mas havia uma coisa que ela não queria...separar-se de Carol.

Abraçou-a, deixou-a chorar no seu ombro, garantiu que nunca a deixaria, chorou com ela, chorou, chorou e chorou, morreu por dentro com aquelas palavras que chegavam a ela como que um embate de um camião, renasceu com os seus abraços, deu-lhe beijinhos, afagou-lhe o cabelo, limpou-lhe as lágrimas, sorriu-lhe, contou-lhe piadas, com o objectivo de a fazer rir, sonhou com ela, viveu com ela em apenas algumas horas. Aquilo tinha sido mais do que alguma vez tinha tido. Agora percebera o que era realmente a amizade, agora compreendia o que era amor, amor de amigo...amor, aquela palavra 'que tanta gente dá em troca de quase nada', porque esse quase nada era o tudo na sua vida, o tudo que a fazia sorrir e querer viver, o tudo que a fazia chorar.

Naquelas horas trocaram-se lágrima, sorrisos, gestos, olhares, promessas e no fim Diana desenhou um X em cima do coração de Carol.

-Porquê um X? - perguntou Carol.

-Porque um X significa o fecho de algo, e neste caso, é o fecho da nossa amizade, que garante que ela fique guardada, aqui. - disse apontando para o coração. - O que quer dizer que nunca te deixarei, estarei sempre contigo e a nossa amizade prevalecerá para sempre e continuará a crescer.

Diana sorriu enquanto as lágrimas lhe escorriam pelo rosto.

-Amo-te tanto Diana. Sempre, sempre? - disse Carol abraçando-a como nunca.

-Também te amo tanto Carol. Sim, sempre!


quarta-feira, 22 de junho de 2011

E como todos somos um livro em branco...

Se todos pensarmos um bocadinho, ou se simplesmente ficarmos apenas uns minutos sentados a pensar na nossa vida, percebemos que somos todos um livro em branco, branco em capa, branco em conteúdo, branco em imagens e em magia. Um livro que espera por ser pintado e escrito...e cujo os autores somo nós, nós que lhe damos um título, nós que idealizamos a história e que a vamos escrevendo, escrevendo e escrevendo, até chegarmos à conclusão de que nada do que escrevemos foi por nós idealizado, que todas aquelas palavras que imaginamos na nossa mente se transformaram em sonhos que esperamos concretizar, que nos esforçamos para acreditar que são possíveis e que os relembramos vezes sem conta para que o nosso espírito lutador nunca desista deles. Nós somos os autores, e o nosso espírito lutador e a nossa vontade de viver são apenas a tinta que nos ajuda a escrever, e que nos permite enganar-mo-nos e rescrever tudo de novo. É óbvio que corrector não apaga todas as borradas da nossa vida, nem todos os momentos que queremos esquecer, mas é isso que nos torna o que somos, bons ou maus, feios ou bonitos, não interessa, apenas nós.
 O objectivo desse livro, ao contrário do que muitos pensam, não é chegar ao final, mas sim desfrutar da leitura e da viagem que este nos fornece. 
Todos queremos escrever o nosso livro o mais rapidamente possível e o com o maior sucesso que conseguirmos, mas nem sempre é assim, infelizmente a vida nem sempre é a subir, nunca é sempre a subir, tem sempre os seus altos e baixos, sejam eles pequenos ou grandes e é por isso que a nossa vida é um livro, um enredo de personagens e situações, de momentos e sentimentos, de magia...a magia que nos dá força para continuar e para sorrir a tudo o que se erguem à nossa frente, ultrapassando os obstáculos que se erguem diante de nós, como um escritor que continua a escrever a sua história mesmo depois do borrão que acabou de fazer. 
Todos começamos com um livro branco, que se encherá de títulos, recordações, historias, momentos, personagens, sentimentos, desenhos, fotos, palavras, gestos, olhares ou apenas um suspiro.