quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Mudar o mundo?

No mundo de hoje, capitalista, é raro encontrarmos alguém justo que lute, realmente, pela coesão, equidade e melhoria do nível de vida da população do planeta, sem ter interesses a influenciar as suas atitudes.

Efetivamente, se ouvirmos as noticias que passam todos os dias na televisão, podemos concluir que corrupção, gastos sumptuários, burlas, fome, crise, pobreza, discriminação e violência são aspetos referidos por todos como graves lacunas no sistema mundial que devem e têm de ser combatidas. São feitas promessas, criadas expetativas e estabelecidas metas, no fim, não passam de bonitas palavras para aconchegar o sofrimento do pobre. Exemplo disso são as tão famosas e "sinceras" declarações dos nossos "amigos" governantes que impõem medidas de austeridade contextualizadas às suas realidades de ostentação, desconhecendo completamente a realidade de quem vagueia na rua ou de quem não passa um dia sem a angústia no coração por não poder dar o que quer aos seus filhos. Governantes esses que escolheram ter assento no Parlamento pelo simples facto de este empaturrar muito mais a sua carteira, e não pela vontade de tornar o mundo melhor.

A verdade é que já ninguém se interessa pelo bem comum sem receber nada em troca. Talvez seja pelo facto de a desconfiança ser tanta, assim como a necessidade, ou então é apenas por mau espirito e por ganância. Não vejo outras razões senão estas duas últimas para os mais ricos se aproveitarem dos mais pobres. Sou desprovida desse tipo de "sensibilidade" no que toca a não olhar a meios para atingir os fins. Um bom exemplo disso são os intermediários dos produtos que chegam a ganhar 3 vezes mais do que os próprios produtores, como na produção de cacau para a transformação do mesmo em chocolate para consumo, que no comércio tradicional apenas 15% do preço final reverte para os produtores. Como é que é possível que alguém sobreviva assim? É óbvio que é por esse motivo que muitas crianças não vão à escola, pois os pais não tem capacidade para tal, ficando então condenados a exploração infantil numa tentativa de ajudarem a família em casa.

Concluindo, acho que se torna óbvio a minha posição face a tudo apresentado nos parágrafos anteriores, por isso, apesar de vivermos num mundo corrupto, hipócrita e feio, acredito que a solução para tudo isto deverá partir de cada um de nós, consciencializando-nos de que nem tudo o que ouvimos tem apenas um lado ou uma versão e tomando a iniciativa de, com apenas pequenos gestos, como por exemplo o comércio justo, tornar o mundo mais equilibrado, nem que seja no inicio, apenas para uma criança que irá nascer amanhã.

Definição de comércio justo: http://pt.wikipedia.org/wiki/Com%C3%A9rcio_justo
Livros sobre o assunto: The travels of my t-shirt book - Pietra Rivoli

Um comentário:

  1. «deverá partir de cada um de nós» ... Sem dúvida!
    Obrigada pela generosidade das tuas palavras e, estou certa, dos teus atos! deixo-te com outra mulher espantosa, Wangari-Maathai, uma vivência exemplar e rara; conta-nos uma fábula linda: http://ferreiradiasenoites.blogspot.pt/2013/03/wangari-maathai-i-will-be-hummingbird.html
    Abraço
    Maria Laura

    ResponderExcluir